Durante o século XVIII e XIX a região referente á atual São João da Mata, nada mais era do que um lugar inóspito que não oferecia maiores interesses. Suas longas extensões de mata cerrada afugentavam uma ocupação sistemática, devido as dificuldade de se assentar um povoado naquela localidade. Como não houve indícios de metais preciosos, a região acabou passando despercebida. Essa época coincide com o processo de consolidação de uma visão mercantilizada da natureza, pois o que atraía as pessoas a um lugar era a possibilidade de seu uso comercial.
A ocupação da região que hoje se chama São João da Mata se iniciou pouco antes de 1930, quando lavradores começaram a ocupar os vastos espaços existentes, para desenvolverem culturas de café, feijão e milho. O clima, regime de águas e solo eram convidativos, atraindo pessoas das adjacências.
Na década de 1930, comerciantes começam a se fixar na região, para viabilizar comércio com as fazendas e sítios já então existentes.
Esses comerciantes, donos de armazéns, foram os fundadores de São João da Mata. Destacaram-se José Joaquim Fagundes, Joaquim Pires de Oliveira, Avelino Vieira, João Bueno Fagundes, José Patrício e José Anastácio. Alguns residiam originariamente na área rural, mas acabaram por se fixar na incipiente área urbana.
A ocupação da região que hoje se chama São João da Mata se iniciou pouco antes de 1930, quando lavradores começaram a ocupar os vastos espaços existentes, para desenvolverem culturas de café, feijão e milho. O clima, regime de águas e solo eram convidativos, atraindo pessoas das adjacências.
Gradualmente essa imensidão foi sendo colonizada, com disseminação das culturas de batata, feijão, milho, arroz e banana, além da plantação de hortaliças para auto-subsistência. Bastante presente era, também, a pecuária, com gado suíno e bovino. Galináceos eram destinados ao consumo próprio, sendo na época raros.
As maneiras pelas quais os homens se relacionam com o seu meio variam no decorrer do processo histórico. Essas diferentes interações criam formas distintas de interpretar a natureza. Esses primeiros povoadores que habitaram São João da Mata deram um significado muito específico á natureza ao seu redor. Na maioria das vezes, o ambiente foi visto como agreste e severo. Segundo relatos de moradores, em algumas ocupações a produção agrícola era insuficiente, o clima frio inibia o cultivo de certas plantações e criação de animais. Por outro lado, ainda não se conheciam todas as peculiaridades do solo, experimentavam várias lavouras, mas nem todas eram bem sucedidas.
Contudo, esse incipiente núcleo agro-pecuário foi se estabilizando. A produção de leite se destacava aos poucos. Alguns grãos começaram a ser comercializados localmente, outros produtos, como a batata tinha, cada vez mais, um escoamento para lugares distantes, como Pouso Alegre e, posteriormente, Belo Horizonte. A consolidação dessa etapa é recente, durou aproximadamente trinta anos, em um ritmo lento, mas gradual. Na verdade foi um processo simultâneo de experimentação e expansão agrícola.
Nesse momento São João da Mata fazia parte da cidade de Silvianópolis. A ocupação nessa região como um todo é antiga, data de meados do século XVIII, quando se descobriu jazidas auríferas ás margens do rio Sapucaí. Muitos mineiros começaram a residir na região. Tornando-se necessário abastecer esse povoado em crescimento, foram instaladas pequenas plantações agrícolas, visando á produção de alimentos para própria subsistência.
Durante o século XVIII e XIX a região referente á atual São João da Mata, nada mais era do que um lugar inóspito que não oferecia maiores interesses. Suas longas extensões de mata cerrada afugentavam uma ocupação sistemática, devido as dificuldade de se assentar um povoado naquela localidade. Como não houve indícios de metais preciosos, a região acabou passando despercebida. Essa época coincide com o processo de consolidação de uma visão mercantilizada da natureza, pois o que atraía as pessoas a um lugar era a possibilidade de seu uso comercial.
Os deslocamentos populacionais que ocorriam na região era uma maneira das pessoas se adaptarem e colonizarem esses longos espaços abertos. Nesse sentido as regiões fronteiriças a São João da Mata, como Silvianópolis, foram atravessadas várias vezes por migrantes, a procura de novos lugares. Alguns se estabilizavam, mas outros preferiam á vida errante.
Essa preferência pelo nomadismo era uma característica da população do século XIX, como afirmam os historiadores, tanto é assim que a ocupação em São João da Mata só começa no século XX, momento muito diverso, quando a legislação para ocupação de terras é totalmente outra. Embora, provavelmente houvesse lavradores isolados morando nessa região já algum tempo.
Nos anos de 1930, o Brasil ainda era um país rural, embora uma sociedade urbano-industrial começava a se delinear. Em princípio, por ser uma área de mata virgem, não colonizada, o município de São João, oferecia uma possibilidade maior de aquisição de terras, já que nas regiões habitadas só havia espaço para grandes latifúndios. Assim, após a existência de núcleos agrícolas, um pequeno povoado de feições mais urbanas se definem. Na década de 1930, comerciantes começam a se fixar na região, para viabilizar comércio com as fazendas e sítios já então existentes.
Esses comerciantes, donos de armazéns, foram os fundadores de São João da Mata. Destacaram-se José Joaquim Fagundes, Joaquim Pires de Oliveira, Avelino Vieira, João Bueno Fagundes, José Patrício e José Anastácio. Alguns residiam originariamente na área rural, mas acabaram por se fixar na incipiente área urbana.
Nessa época a região passou-se a chamar Jacarini, em 1944, quando atinge a categoria de distrito, pertencente á Silvianópolis. Porém em finais da década de 1950, moradores locais começaram a se articular para conseguir a emancipação política. Assim, em vinte de janeiro de 1958, foi fundada a Comissão pro-emancipação de São João da Mata (o antigo nome é retomado). Sendo o presidente e vice dessa iniciativa os senhores João Vieira Reis e Avelino Gonçalves Vieira, respectivamente. A diretoria era composta por, aproximadamente, quinze integrantes.
O objetivo foi atingido em 29 de dezembro de 1962, quando emancipação política foi reconhecida.
Tornou-se intendente municipal, José Ferreira Neto. Eram então lançadas as bases para a organização administrativa do município. Em 1963, tomava posse como o primeiro prefeito da cidade, Afonso Vilhena Braga, cujo mandato se estendeu até 1967.
As primeiras casas que surgiram na região de São João da Mata, durante a década de 1930, concentraram-se em um único local, praticamente sem ruas, praças ou ramificações. Conglomerava comerciantes que armaram vendas e bazares para o comércio com os fazendeiros e lavradores, além de eventuais viajantes. Esse ponto, posteriormente, transformou-se na rua principal da cidade, chamada de Maria José de Paiva. Inicialmente esse logradouro se chamava Rua do Comércio. Mas algum tempo após a gestão do prefeito Antonio de Paiva Grilo (1967-1971) a rua recebeu o nome de sua esposa.
As construções das igrejas católica e presbiteriana, ambas na década de 1940, marcam uma nova fase da história de São João da Mata, pois nessa época novas casas passaram a ser construídas na parte urbana. Algumas no entorno das igrejas e outras em pontos distantes, dispersas em meio ao terreno que ia sendo ocupado. Embora houvesse novas construções, praticamente não ocorreu abertura de novas ruas.
Somente na década de 1960 que as melhorias urbanísticas se iniciaram no município. Durante o mandato de Afonso Vilhena Braga (1963-1967), a cidade recebeu energia elétrica. Em 1963 foi criado o Serviço Municipal de Estradas de Rodagem (SMER), visando abertura de novas ruas na área central do município, na zona rural e, principalmente, na conexão com outras cidades.
Ainda na década de 1960, parte das ruas receberam meio-fios de passeio e sarjetas para escoamento das águas da chuva. Em 1971 são abertas novas vias, a Rua José Alvim Pereira, situada abaixo do campo de futebol e a Rua Francisco Jorge de Oliveira, cortando a rua principal. Também ocorrem reparos na praça da igreja Matriz, como a colocação de alguns bancos, poste e pavimentos. Nessa época se inicia distribuição de água e rede de esgoto. Já em 1975, há troca de iluminação nas ruas principais da cidade.
Em finais da década de 1960 foi instalada uma fábrica de produtos derivados dos laticínios, empregando parte de mão-de-obra do município. Poucos anos depois, em 1971, foi construído o matadouro na cidade. Entretanto, a receita da administração municipal estava limitada, entre outros motivos pela ausência de repasses do governo estadual, reduziam-se consideravelmente as possibilidades de investimento. Apesar de todas essas restrições, durante o mandato de Natálio Franco (1973-1977) foi construída a sede da prefeitura, após aquisição de um terreno na Rua Maria José de Paiva.
A gestão presidencial de Juscelino Kubitschek (1956-1961) representou investimentos em infra-estrutura até então inexploradas no país. Seu Programa de Metas enfatizava o desenvolvimento dos transportes, privilegiando automóveis particulares. Para viabilizar o crescimento da indústria automotiva no país tornou-se necessária uma decisiva ampliação rodoviária. Essa política teve continuidade nos governos militares, com construção de importantes “BRs”. Na década de 1970 o município já se encontrava próximo á rodovia BR 179. Mas o trecho de ligação entre a cidade de São João da Mata e Alfenas foi construído em 1978, com extensão aproximada de 64 quilômetros. Em 1981 ocorre a construção de nova ampliação, fazendo conexão com cidade de Pouso Alegre, localizada a 44 quilômetros de distância. A rodovia foi construída tangenciando a sede de São João da Mata, de modo que a cidade ficou de frente para a Estrada. Em finais dos anos 70 foi construído um trevo para acesso á rodovia, ligado através da Rua Maria José de Paiva. Na inauguração desses trechos teve destaque o prefeito Odante Vilhena Braga (1977-1982), que recebeu os representantes enviados pelo governo Estadual e Federal, como Aureliano Chaves.
No decorrer do mandato do prefeito Odante Vilhena Braga, a cidade ganhou novos melhoramentos. A rua principal foi asfaltada enquanto as ruas contíguas são calçadas. Uma caixa d’água foi construída no alto da cidade, para ampliar a canalização. A energia elétrica se estendeu até parte da zona rural.
Já na administração de Manoel Eufrásio de Carvalho (1989-1992) foi dado continuidade aos processos de pavimentação e embelezamento da cidade. A Rua José Patrício de Paiva recebeu calçamento, já na Rua Francisco Jorge de Oliveira, foi construída uma escadaria. A Praça São João Batista, e outros logradouros, como a Rua João Eduardo Rodrigues e Pico Agudo, foram iluminados, alguns pontos da cidade foram arborizados. Foi nessa gestão que se construiu o ginásio poliesportivo da cidade e se levantou o Cruzeiro iluminado em uma das elevações do município. Outro feito do administrador foi á conclusão da Avenida e Praça José Avelino de Mello. O encanamento e a rede esgoto foram estendidos aos demais pontos da área urbana do município.
Foi entre as décadas de 1960 a 1980 que ocorreu a expansão da rede telefônica da cidade, a princípio se limitando a prefeitura, mas em seguida se expandido as moradias urbanas e enfim a zona rural. Na década de 1990 ocorre nova expansão da rede telefônica, atualmente a cidade conta com os serviços de telefonia fixa e em breve a telefonia móvel celular.
A questão da saúde e do saneamento sempre foi uma preocupação constante na cidade. Em pesquisa feita pela Emater-MG, no início da década de 1980 foi constatada a dificuldade desses moradores em terem acesso á água tratada e esgoto. Na zona urbana as redes de esgoto começam a ser implantadas de fato durante a década de 1970.
Quando São João da Mata era distrito de Silvianópolis não havia médicos no local, sendo necessário se dirigir á sede ou cidades vizinhas. Em 1973 é aprovada uma lei dispondo sobre a contratação de médicos, entretanto é na gestão de Odante Braga que foi inaugurado o Posto Médico. Atualmente há um Centro de Saúde, que oferece atendimento dentário, pediátrico, ginecológico além de clínica geral. Também foi implantado no município o P.S.F (Programa Saúde da Família), atendendo zona urbana e rural.
Boa parte da cidade está, atualmente, calçada, as estradas da zona rural foram revestidas de cascalhos. Em termos de serviços oferecidos á população, destacam-se supermercados, padarias, locadoras, restaurantes e hotel. Na cidade também podem ser encontrados serviços de correio e um caixa eletrônico. Em termos de segurança pública, está instalada a Delegacia de Polícia Civil e uma unidade da Polícia Militar.
A cidade não possui edificações de grande porte, os prédios mais altos são de dois pavimentos. Em termos econômicos a maior parte dos empregos se concentra na zona rural. As principais culturas continuam sendo o arroz, o feijão, o milho, a batata e a banana. Há pouco mais de vinte anos se tem desenvolvido na região, com êxito, a plantação de café. Na pecuária se destaca a produção de leite, embora também haja gado para o corte.
Um dos grandes desafios do município é a questão da mão de obra ociosa, devido a ausência de um setor produtivo para absorver esse excedente. Na época da entressafra, boa parte da população fica desempregada. A área urbana de São João da Mata funciona como centro comercial, mas os núcleos produtivos estão localizados nos diversos bairros da zona rural. Isso motiva um movimento pendular da população, que durante a parte da manhão vai para o campo, retornando somente ao fim da tarde.
Vida cultural e religiosa em São João da Mata
Foi em começo dos anos de 1940 que a igreja católica foi levantada. O terreno para construção do templo foi doado por Joaquim Pires de Oliveira, o maior detentor de terras da vila. A matriz de São João foi erguida de acordo com orientações do padre Paulo Monteiro e o construtor se chamava Joaquim de Mello. Em frente á igreja foi estabelecida a praça, que, no decorrer dos anos, foi recebendo sucessivos melhoramentos. Entretanto essa praça, chamada de São João Batista, não foi construída dentro de uma concepção de espaço para a convivência pública, sendo mais uma espécie de divisão entre a rua e a igreja. Atualmente é visível suas limitações nas sociabilidades contemporâneas. A maior parte da população sempre foi católica, entretanto durante a década de 1940 foi erguida a Igreja Presbiteriana do Brasil. O construtor foi o mesmo Joaquim de Mello que havia construído a igreja católica. A Ata de Organização informa que a Igreja foi inaugurada no dia 18 de outubro de 1942, na Fazenda Boa Esperança; posteriormente foi transferida para a nova sede. A princípio não foi estabelecido um pastor na cidade, a cada dois meses, um pastor de São Paulo vinha visitar o município. O padre da cidade tinha uma relação amigável com os presbiterianos, não tendo registro de qualquer conflito.
Existem outras igrejas no município, como a Congregação Cristão e a Assembléia de Deus, mas as de mais destaque são exatamente a católica e presbiteriana, devido em parte a relativa antiguidade desses templos.
Durante muito tempo José Alvim Pereira foi uma figura de destaque na vida religiosa do povoado. Esse senhor era um grande proprietário de terras, tanto que foi ele quem dou terreno para construção da igreja presbiteriana. Embora fosse protestante conseguiu tecer bons relacionamentos com a população católica, incluindo os padres.
A maior parte das festas tem relação com as comemorações do catolicismo. Em janeiro é comemorada a festa de São Sebastião. A festa de São João, padroeiro da cidade, é realizada em junho, com quadrilhas, quermesses e homenagens ao santo. Em setembro, usualmente é comemorada a Festa do Rosário, com barracas e apresentação de congados. Essa festa é uma atividade tradicional na cidade, que provavelmente foi introduzida graças ao estabelecimento de afro-descendentes na região.
No aniversário da cidade, 17 de fevereiro, costuma-se ter comemorações cívicas, e por vezes religiosas. Geralmente são apresentados desfiles de escolas, competições esportivas e apresentações de shows. Outras manifestações seriam são as cavalgadas, desfiles de motoqueiros, muito embora nos últimos anos tenham sido interrompidas, também pode ser citada a festa de rodeio, cuja primeira edição ocorreu 2005. Como pode ser constatada, a maior parte dessas manifestações tem ligação com o calendário religioso, algumas são típicas de áreas rurais, mantendo vivo certos valores do campo.
Um valor prioritário: Educação.
O investimento em educação em São João é anterior a sua condição de município. Em finais da década de 1940, padre Paulo Monteiro havia construído uma pequena escola (local onde se encontra a atual escola) para instrução das crianças locais. Anos depois ela foi demolida para que, na década de 1960, fosse construída a escola Cônego Paulo Monteiro, para abrigar o Ensino Primário. Essa escola esteve sob supervisão de Silvanópolis. As primeiras professoras foram Conceição Lopes, Henriqueta Rios e Maria cândida Fagundes.
Desde os começos da década de 1960 vinham sendo implantadas escolas rurais nos bairros de São João da Mata. Alguns fazendeiros cediam porções de terras para a construção de escolas, em outros casos a prefeitura comprava ou trocava o terreno. Em 1967 havia 6 professoras para as 6 escolas rurais, então existentes no município.
Em 1970 foi aprovada a lei para construção da Biblioteca Municipal e, em 1975, se instituía a Fundação de Educação, responsável pelos assuntos educacionais da cidade. Em 1976, sob a administração de Odante Braga, foram construídas salas na escola Paulo Monteiro, através de mutirão, para abrigar a 5ª; série, começo do ginásio.
Algumas escolas rurais receberam reformas durante a década de 1980. Mas nas últimas duas gestões municipais se iniciou a centralização dos alunos da zona rural nas escolas da área urbana, de modo aumentar rendimento escolar. Atualmente a estrutura de ensino de São João da Mata consiste na Escola Municipal Pré-Escolar Chapeuzinho Vermelho, Escola Municipal Rosa Alvim (1ª; a 4ª; série) e Escola Estadual Cônego Paulo Monteiro, Ensino Fundamental (5ª; a 8ª;) e Médio (1º a 3º ano).
Perspectivas para o futuro.
São João da Mata é uma cidade, cuja atual possibilidade de crescimento, é limitada, de certo modo, devido á quase inexistência de indústrias no município. A especialidade da região é a produção agropecuária.
Entretanto, o município tem uma forte vocação para o chamado ecoturismo. Os principais atrativos das cidades são, as suas serras com vegetação nativa, o formato incomum de algumas de suas pedras, cachoeiras que se encontram bem conservadas, estradas para caminhadas, além de rampa para salto de asa-delta.